Data de1694 a origem da povoção, que é hoje a sede deste importante município
tocantino.
Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho, governador e capitão-general do
Maranhão e Pará, donatário da capitania de Camutá, desejoso de povoá-la e engrandecê-la,
não padendo pessoalmente dedicar-se à exploração de seu vastíssimo território, resolveu
naquele ano procurar quem pudesse levar a efeito sua idéia e desejos.
Entre outros, escolheu o português Antônio Baião a quem concedeu uma vasta
sesmaria, nas terras que lhe foram doadas, impondo-lhe a condição de fundar uma vila,
levantar uma casa decente e grande, facultando-lhe, entretanto, a escolha do local.
Antônio Baião, depois de examinar vários pontos do rio Tocantins e querendo
afastar-se do Camutá, localizou a sua concessão em um local alto e aprazível, o mesmo em
que hoje assenta a sede do município baionense.
Edificada a casa, que a concessão estipulara, Antônio Baião explorou os terrenos
vizinhos, deixando uma tradição do seu nome, que mais tarde Manuel Carlos da Silva,
diretor de índios, por ordem do capitão-general Fernando da Costa Ataíde Teive, deu a um
povoado constituído com 30 índios, fundado no local da atual sede do município, 30 de
outubro de 1779, denominando-o “lugar de Baião”.
Até a independência, o lugar de Baião arrastou uma existência de pequeno entreposto
de comércio com o Alto Tocantins, quando a resolução do conselho do governo da
província, nas célebres sessões de 10 a 17 de maio de 1833, resolvendo dar-lhe a categoria
de vila, com a denominação de Nova Vila de Santo Antônio do “Tocantins”, havendo o
presidente da província José Joaquim Machado de Oliveira, em ofício de 8 de agosto do
mesmo ano, descrito os limites municipais.
Apesar das vicissitudes políticas do período monárquico, em que muitos municípios
paraense passaram pelo cadinho das extinções, Baião teve a sua existência ininterrupta até à
república.
A instalação da vila e da câmara municipal de Tocantins teve lugar a 17 de outubro
de 1833.
Gentílico: baionense
Formação Administrativa
Freguesia criado com a denominação de Tocantins, em 1758.
Elevado à categoria de vila com a denominação de Tocantins, por resolução do
Conselho do governo do Pará, de 17-05-1833. Instalada em 17-10-1833.
Pela lei provincial nº 86, de 30-04-1841, a vila de Tocantins passou a denominar-se
Baião.
Pela lei provincial nº 661, de 31-10-1870, é criado o distrito de Alcobaça e anexado a
vila de Baião.
Pela lei estadual nº 1069, de 05-11-1908, desmembra da vila deBaião o distrito de
São João do Araguaia. Elevado à categoria de município.
Elevado à condição de cidade e sede, pela lei estadual nº 324, de 06-06-1895.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município aparece constituído
de 6 distritos: Baião Umarizal, Matacorá, Alcobaça, Areião e Lago Vermelho.
Pelo decreto estadual nº 6, 04-11-1930, o município de Baião adquiriu o extinto
distrito de Mocajuba.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído de 2
distritos: Baião e Mocajuba.
Pela lei nº 8, de 31-10-1935, desmembra do município de Baião o distrito de
Mocajuba. Elevado à categoria de município.
Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o município é
constituído de 4 distritos: Baião, Alcobaça, Matacorá e Umarizal.
Pelo decreto-lei estadual nº 3131, de 31-10-1938, é criado o distrito de Joana Peres e
anexado ao município de Baião. Sob o mesmo decereto o distrito de Matacorá, foi extinto,
sendo seu território anexado ao distrito de Alcobaça do município de Baião.
Pelo decreto-lei estadual nº 4505, de 30-12-1943, o distrito de Alcobaça passou a
denominar-se Tucuruí
Pela lei estadual nº 62, de 31-12-1947, desmembra do município de Baião o distrito
de Tucuruí. Elevado à categoria de município.
No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, o município é constituído de
2 distritos: Baião e Joana Peres.
Em divisão territorial datada de I-VII-1950, o município é constituído de 2 distritos:
Baião e Joana Peres.
Pela lei estadual nº 1127, de 11-03-1955, o distrito de Joana Peres é extinto, sendo
seu território adquirido pelo novo distrito de Pampelônia ex-povoado, criado pela mesma
lei estadual acima citado.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1955, o município é constituído de 2 distritos:
Baião e Pampelônia.
Pelo Acordão do Superior Tribunal Federal, de 04-10-1955, foi anulada a criação do
distrito de Pampelônia, voltando seu território a pertencer ao distrito de Joana Peres,
restaurado pelo referido Acórdão.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído de 2 distritos:
Baião e Joana Peres.
Pela lei municipal nº 1091, de 21-06-1990, é criado o distrito de São Joaquim de
Ituquara e anexado ao município de Baião
Em divisão territorial datada de 1-VII-1995, o município é constituído de 3
distritos:
Baião, Joana Peres e São Joaquim de Ituquara.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2005.
Alteração toponímica municipal
Tocantins para Baião alterado, pela lei provincial nº 86, de 30-04-1841.
Biblioteca do IBGE Disponível em <http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/dtbs/para/baiao.pdf>
Fotos de Dinho Batista, disponível em Mundi
segunda-feira, 26 de abril de 2010
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Mupi: Exemplo de Conservação Ambiental. Afirma aluno do PROCAMPO
Por: Cássio Rogério Graças dos Santos
"Poucos lugares do mundo são tão identificados com a sua natureza quanto a Amazônia. Uma natureza que toma dimensões místicas no imaginário popular, povoando-o de paisagens espetaculares de rios e florestas colossais...” (Slater, 1996).
O fragmento acima relata a beleza da Amazônia, um lugar do planeta que atrai os olhos de todo o mundo, não só pela sua beleza, mas também pelas suas riquezas como a flora, a fauna e até os minérios que existe no subsolo.
Vamos nos deter a uma pequena vila chamada Mupi, sendo de origem quilombola, localizado no município de Cametá, a margem esquerda do rio Tocantins no Estado do Pará. Lá a população tem o interesse em preservar e respeitar a natureza.
Os habitantes de Mupi trabalham com o plantio da mandioca, sendo esta usada para fazer farinha, tucupi, goma de tapioca, farinha de tapioca, bejú e outras coisas da culinária típica paraense. Também trabalham com o extrativismo vegetal, na coleta do açaí, castanha do Pará, tucumã, bacaba e etc. tudo com o máximo de cuidado e respeito para não agredir a floresta.
O mais interessante é que mesmo os agricultores queimando uma área para plantar, ao mesmo tempo é conservada outra que chega até, sem exagero nenhum, ficar mil vezes maior. Se no meio da roça estiver germinando ou “grelando”, como eles mesmos dizem, uma castanheira, eles vêem na obrigação de não cortá-la visando que no futuro àquela árvore poderá gerar alguma renda, pois pode aproveitar os frutos e a madeira para a construção de canoas, tirar madeira para vender e criar outros utensílios necessários para a casa.
As várzeas também são preservadas e ali os moradores e os agricultores tentam não levar nenhuma atividade que não venha agredir aquele ecossistema. Como sabemos, o açaí se desenvolve melhor nas áreas de várzeas ou próximos a elas, e também os peixes que ali vivem e se reproduzem precisam dos frutos que caem das arvores para se alimentarem e tendo peixe os habitantes daquela região terão alimentos, pois o peixe e o açaí constituem a base da alimentação das populações ribeirinhas.
No Mupi, os rios são como ruas que – ao invés de carros - trafegam barcos e canoas conduzindo pessoas à roça, à escola e à cidade de Cametá. Entretanto, os rios não servem apenas para isso, eles têm um papel fundamental para aquela comunidade como por exemplo a alimentação: pois lá encontramos peixes, camarão, arraias e uma infinidade de animais que vivem em função dos rios. Mesmo com a mudança da correnteza, provocada pelas represas de Tucuruí, os pescadores ainda encontram, raramente, um peixe chamado Pirarara, (Phractocephalus hemioliopterus): um grande bagre, que pode ser encontrado na bacia do rio Araguaia, Tocatins e Amazonas. Do tupi-guarani “pira” significa peixe e “arara” é ave colorida, pode pesar mais de 120kg, tem cor cinzento, amarelo e avermelhado. É um peixe carnívoro e se alimenta de peixes, quelônios, crustáceos e tudo que se move a sua volta no fundo dos rios, quando adulto representa perigo para os ribeirinhos, pois ataca pessoas, segurando com a boca um dos membros e arrasta a vitima para o fundo, que morre por afogamento. Pode ser criada em aquários, quando pequeno, e também se reproduz em cativeiro. Por esses motivos, os rios daquela região são cuidados pelos moradores e pescadores, sendo preciso até pularem no rio para pegar uma garrafa ou uma saco plástico que caiu por acidente.
Porém, mesmo protegendo a floresta e os rios, tem a questão do lixo, pois no Mupi não tem a coleta deste, pelo fato de não ter um terreno apropriado para depositá-lo e também a prefeitura não disponibiliza carros ou caminhões para fazer a coleta. Portanto, a solução encontrada pela população é queimar o lixo inorgânico, já que o orgânico já é usado como adubo – eles acreditam que é melhor do que jogar na floresta ou no rio - mas sabemos que a queima libera o dióxido de carbono (CO2 ) sendo este é o responsável pelo efeito estufa.
Mupi pode servir de exemplo para todo o mundo porque é uma comunidade que sabe (con)viver com a natureza - sem ser necessário agredi-la para sobreviver e tirar seu sustento - conservando e preservando eles se beneficiam muito mais. Assim como Mupi, deveríamos saber usar com critério aquilo que a natureza nos oferece.
Casa Civil do Governo do Pará
Marcadores:
Meio Ambiente,
Mupi,
PROCAMPO
quarta-feira, 21 de abril de 2010
O Poeta Paes Loureiro e os brinquedos de Miriti de Abaetetuba
Estamos de volta a cidade de João de Jesus Paes Loureiro. Abaetetuba dos brinquedos de miriti. Por todos os lugares da cidade, onde nasceu o poeta, passarinhos, canoas, barcos e pessoas de miriti. No Círio de Nazaré em Belém eles se multiplicam, colorindo a procissão e os parques de diversão. No livro “João de Jesus Paes Loureiro, o meu irmão”, do poeta Nonato Loureiro, doado para o acervo do Navegar Amazônia, o João escreve assim sobre os brinquedos de miriti:
Navegar Amazônia. Disponível em <http://www.navegaramazonia.org.br/2006/03/13/os-brinquedos-de-miriti-de-abaetetuba-na-visao-do-poeta-joao-de-jesus-paes-loureiro/ >. Acesso em 19/04/2010.“Miriti: embora haja a fabricação de um número limitado de tipos dessa forma de artesanato, cada um dos objetos representa uma singularidade artística individualizadora. Todos têm uma forma, mas nunca uma fôrma. São, portanto, densamente simbólicos. ‘Ora, o que caracteriza o objeto onde o inacessível não é mais deixado ao acaso de procura e execução individuais, mas que é hoje em dia condensado e sistematizado pela produção, que assegura, através dele (é a combinatória universal da moda) sua própria finalidade’.Quando vão para as mãos do colecionador, do decorador ou para museus, os brinquedos de miriti experimentam o fenômeno que Jean Baudrillard chama de abstração da função. Quando é usado como brinquedo, ele não é um objeto estético. Há a transferência dominante nesse processo de conversão semiótica do brinquedo de miriti. Ele deixa de ser um instrumento, para tornar-se um objeto auto-reflexivo. Não é mais um caminho para uma finalidade exterior a ele, mas um caminho para si mesmo. Não é mais curiosidade e instrumento de jogo para quem o utiliza, mas objeto de paixão de quem o possui.Os Brinquedos de Miriti de Abaetetuba são expostos ou levados à venda em uma estrutura que tem a forma de uma cruz de braço duplo. Feita com pedaços do mesmo material, tendo por volta de dois metros na haste vertical e um metro nos braços horizontais. Nessa estrutura são presos os brinquedos, formando uma espécie de painel de grande beleza visual. Os brinquedos são colocados sem uma necessária ordem, de modo que essa acumulação de forma, cores e movimento resulta em conjunto estético original e atraente. São as “girândolas”, ou girandas, como popularmente são conhecidas. O nome é apropriado: girândolas.O conceito de girândolas é de buquê, conjunto de fogos de artifícios, travessão em que se reúnem certo número de foguetes que sobem e estouraram simultaneamente. Os brinquedos reunidos em girândolas são como fogos de artifício imobilizados no ar e no tempo.Permanecem com seu esplendor exposto, suspenso e sem extinguir diante de olhares atraídos por essas formas e cores exibidas como uma composição plástico-cromática. Uma espécie de esplendor barroco levado pelas ruas. Uma árvore de signos”.
Fotos de:
Companhia Moderno de Dança
Amazônia Empório
Maxine Belém
Marcadores:
Abaetetuba,
brinquedos,
buriti,
miriti,
Paes Loureiro
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Bandeiras e Brasões da Microrregião de Cametá
É Nosso propósito divulgar a descrição de cada Bandeira e Escudo dos municípios da nossa Microrregião.
Você que pertence a um município Baixo Tocantino, pode participar deste trabalho comentando ou mandando as descrições da bandeira e brasão de seu município, para:
os email
cametaoara@bol.com.br
flodoaldo@yahoo.com.br,
Instagram
@cametaoara
Facebook
Flodoaldo Santos
Você que pertence a um município Baixo Tocantino, pode participar deste trabalho comentando ou mandando as descrições da bandeira e brasão de seu município, para:
os email
cametaoara@bol.com.br
flodoaldo@yahoo.com.br,
@cametaoara
Flodoaldo Santos
BANDEIRAS
Marcadores:
Baião,
Bandeira de Abaetetuba,
Bandeira de Cametá,
Bandeiras,
Brasões,
Igarapé-Miri,
Limoeiro,
Mocajuba,
Oeiras,
oeiras-do-pará
Diário do Pará viaja pela história de Cametá
Cametá é um convite à tranquilidade típica do interior, à história e cultura amazônicas. Se o meio de transporte utilizado for barco ou, no caso de balsa, para a travessia de carros grandes e pequenos, a porta de entrada da cidade será pelo Tocantins, famoso por suas águas claras. A recepção é feita por crianças ribeirinhas que, entre um mergulho e outro, saúdam os visitantes com suas brincadeiras. Aí não tem jeito: bate aquela vontade de pular no rio e nadar na praia da Aldeia, que banha a cidade.
Mas um roteiro turístico não tem razão de ser se não for para conhecer um pouco da história e da cultura de um lugar. E neste quesito Cametá, declarada Patrimônio Histórico Nacional e hoje com cerca de 110 mil habitantes, segundo o IBGE, guarda um tesouro que está presente em sua arquitetura histórica. Isso sem contar com o seu papel importante em episódios como a Adesão do Pará à Independência do Brasil e o Movimento Cabano. Então, prepare-se, pois vamos desembarcar na “Terra dos Notáveis”.
O município de Cametá foi fundado em 1620, pouco tempo depois de Francisco Caldeira Castelo Branco ter aportado em Nossa Senhora de Belém do Grão-Pará (atual Belém), em 1616. O autor da fundação foi o frade Capuchinho Cristóvão José, que chegou ao lugar à época habitado pelos Camutás. Os índios ao invés das tradicionais malocas, habitavam em casas instaladas nos topos das árvores. Por causa desse costume, o historiador Carlos Roque afirmou, em uma de suas obras, que o significado literal de Cametá é “degrau no mato”.
Aliás, talvez por ter surgido pelas mãos de um religioso, enviado pela Igreja Católica para catequizar índios e negros, Cametá tenha tantas igrejas. A mais antiga, situada na orla da praia da Aldeia, é a de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Não se sabe ao certo quando foi construída, mas acredita-se que por volta do século XVIII.
A Igreja de São Benedito é testemunha da catequização dos escravos que a ergueram no final do século XIX, no início uma pequena capela de pau-a-pique. Hoje, em todo o entorno da igreja, fiéis de São Benedito amarram imensas fitas às quais relacionam suas promessas e graças alcançadas. Outra atração é a Igreja de São João Batista, também conhecida como Catedral de Cametá, construção neoclássica de 1757.
É na praça João Pessoa, em frente à igreja, que está um monumento que explica a razão pela qual a cidade é conhecida, “Terra dos Notáveis”. Trata-se dos bustos de nascidos no município que marcaram a história e a política da cidade, do Pará e do Brasil: cônego Siqueira Mendes, Ângelo Custódio, Padre Prudêncio, Deodoro de Mendonça, dentre outros. O prédio do Instituto Nossa Senhora Auxiliadora lembra os antigos conventos que se tornaram escolas tradicionais de Belém, como os colégios Gentil Bittencourt e Nazaré. O diferencial é a Igreja das Mercês, em estilo Barroco, da qual a escola faz parte, e a praça onde fica localizada, bastante arborizada e com um grande anfiteatro.
Não foram somente os religiosos que deixaram como herança os prédios históricos de Cametá. O poder público e as famílias tradicionais também foram responsáveis por muitos casarões e palacetes. Alguns deles estão em ruínas, mas outros ainda desfrutam da preservação. Entre os públicos estão os prédios da Prefeitura de Cametá, o Grupo Escolar Dom Romualdo de Seixas.
A beleza dos antigos azulejos portugueses orna toda a fachada de dois prédios unidos e de propriedade particular. É a “Residência dos Peres”, construção de 1870, aproximadamente. Eles continuam nas mãos da mesma família e complementam o passeio turístico ao redor da praça João Pessoa, ou praça dos Notáveis.
“Os prédios históricos de Cametá são herança dos portugueses, sobretudo. Os que não foram erguidos pelo poder público, partiram da iniciativa de exportadores de cacau e cana-de-açúcar, atividade econômica predominante naquele período”, afirma o escritor e historiador Manuel Valente, filho do município.
Se o turista quiser complementar seus conhecimentos sobre a história do lugar, pode ir ao Museu Histórico de Cametá Raimundo Penafort de Sena. Lá estão objetos antigos, documentos e pinturas, entre elas muitos autorretratos de cametaenses ilustres.
Mas um roteiro turístico não tem razão de ser se não for para conhecer um pouco da história e da cultura de um lugar. E neste quesito Cametá, declarada Patrimônio Histórico Nacional e hoje com cerca de 110 mil habitantes, segundo o IBGE, guarda um tesouro que está presente em sua arquitetura histórica. Isso sem contar com o seu papel importante em episódios como a Adesão do Pará à Independência do Brasil e o Movimento Cabano. Então, prepare-se, pois vamos desembarcar na “Terra dos Notáveis”.
O município de Cametá foi fundado em 1620, pouco tempo depois de Francisco Caldeira Castelo Branco ter aportado em Nossa Senhora de Belém do Grão-Pará (atual Belém), em 1616. O autor da fundação foi o frade Capuchinho Cristóvão José, que chegou ao lugar à época habitado pelos Camutás. Os índios ao invés das tradicionais malocas, habitavam em casas instaladas nos topos das árvores. Por causa desse costume, o historiador Carlos Roque afirmou, em uma de suas obras, que o significado literal de Cametá é “degrau no mato”.
Aliás, talvez por ter surgido pelas mãos de um religioso, enviado pela Igreja Católica para catequizar índios e negros, Cametá tenha tantas igrejas. A mais antiga, situada na orla da praia da Aldeia, é a de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Não se sabe ao certo quando foi construída, mas acredita-se que por volta do século XVIII.
A Igreja de São Benedito é testemunha da catequização dos escravos que a ergueram no final do século XIX, no início uma pequena capela de pau-a-pique. Hoje, em todo o entorno da igreja, fiéis de São Benedito amarram imensas fitas às quais relacionam suas promessas e graças alcançadas. Outra atração é a Igreja de São João Batista, também conhecida como Catedral de Cametá, construção neoclássica de 1757.
É na praça João Pessoa, em frente à igreja, que está um monumento que explica a razão pela qual a cidade é conhecida, “Terra dos Notáveis”. Trata-se dos bustos de nascidos no município que marcaram a história e a política da cidade, do Pará e do Brasil: cônego Siqueira Mendes, Ângelo Custódio, Padre Prudêncio, Deodoro de Mendonça, dentre outros. O prédio do Instituto Nossa Senhora Auxiliadora lembra os antigos conventos que se tornaram escolas tradicionais de Belém, como os colégios Gentil Bittencourt e Nazaré. O diferencial é a Igreja das Mercês, em estilo Barroco, da qual a escola faz parte, e a praça onde fica localizada, bastante arborizada e com um grande anfiteatro.
Não foram somente os religiosos que deixaram como herança os prédios históricos de Cametá. O poder público e as famílias tradicionais também foram responsáveis por muitos casarões e palacetes. Alguns deles estão em ruínas, mas outros ainda desfrutam da preservação. Entre os públicos estão os prédios da Prefeitura de Cametá, o Grupo Escolar Dom Romualdo de Seixas.
A beleza dos antigos azulejos portugueses orna toda a fachada de dois prédios unidos e de propriedade particular. É a “Residência dos Peres”, construção de 1870, aproximadamente. Eles continuam nas mãos da mesma família e complementam o passeio turístico ao redor da praça João Pessoa, ou praça dos Notáveis.
“Os prédios históricos de Cametá são herança dos portugueses, sobretudo. Os que não foram erguidos pelo poder público, partiram da iniciativa de exportadores de cacau e cana-de-açúcar, atividade econômica predominante naquele período”, afirma o escritor e historiador Manuel Valente, filho do município.
Se o turista quiser complementar seus conhecimentos sobre a história do lugar, pode ir ao Museu Histórico de Cametá Raimundo Penafort de Sena. Lá estão objetos antigos, documentos e pinturas, entre elas muitos autorretratos de cametaenses ilustres.
A cidade de Cametá ocupou papel de protagonista durante
todo o movimento da Cabanagem, uma das mais importantes revoltas contra a representatividade inexistente da Província do Grão-Pará em relação à capital federal (Rio de Janeiro) e à situaçãode miséria em que viviam as populações ribeirinhas.
Foi a primeira província do Grão-Pará, em 1823, a aderir à Independência do Brasil. Foi de Cametá que Ângelo Custódio partiu rumo a Belém, para atender ao chamado do Governo Cabano, chefiado por Antônio Vinagre, para assumir a presidência da província.
Depois de vários desentendimentos, ele acabou não assumindo o governo e retornou a Cametá, onde tomou posse do cargo perante à Câmara Municipal. Assim, por um breve período, Cametá foi a sede do Governo da Província Além disso, a cidade às margens do Tocantins é a única do Pará que ostenta o “Monumento em Homenagem à Resistência à Cabanagem”, lembrando os conflitos armados em que mais de 300 cabanos foram massacrados nas ruas em favor do Império Brasileiro.
Por que se orgulhar?
Cametá carrega uma enorme carga cultural e histórica transmitida através de suas construções arquitetônicas dos séculos XVIII e XIX. Teve um papel de destaque na história do Pará e do Brasil, sobretudo durante toda a revolta da Cabanagem. Declarada Patrimônio Histórico Nacional, apesar de muitos de seus prédios estarem em ruínas, ainda possui preservados casarões e palacetes que são uma das suas principais atrações turísticas.
Diário do Pará. Edição 9388. Disponível em <http://www.diariodopara.com.br/N-82288-CAMETA-+VIAGEM+PELA+HISTORIA.html>. Acesso em 16/04/2010
Marcadores:
Cabanagem,
Dom Romualdo,
História,
Mestre Penafort
terça-feira, 13 de abril de 2010
Dom Romualdo de Seixas
Dom Romualdo Antônio de Seixas nasceu em Cametá, em 1 de novembro de 1787. Foi o 16º Arcebispo da Bahia, conde e marquês de Santa Cruz.
Filho de Francisco Justiniano de Seixas e de Ângela de Sousa Bittencourt, e sobrinho de Dom Romualdo de Sousa Coelho, oitavo bispo do Pará. Finalizou os estudos eclesiásticos em Lisboa.
Com a chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil, em 1808, o bispo do Pará, Dom Manuel enviou o Padre Manuel Evaristo de Brito Mendes e o diácono Romualdo de Seixas cumprimentar El Rei em nome do clero paraense. Manuel e Romualdo voltaram a Belém com a nomeação de cônegos da Sé Paraense e Cavaleiros da Real Ordem de Cristo.
Romualdo de Seixas foi ordenado presbítero em Belém, a 1 de novembro de 1810, por Dom Manuel de Almeida de Carvalho. Foi nomeado pároco de Cametá e posteriormente Vigário Capitular.
O cônego Romualdo de Seixas presidiu a Junta Governativa Provisória da província do Grão-Pará e Rio Negro de 1821 a 1822 e em 1823.
O Imperador do Brasil, D. Pedro I, por decreto de 12 de outubro de 1826 o nomeou 16º Arcebispo da Bahia. O Papa Leão XII confirma a nomeação a 30 de maio de 1827.
O Cônego Romualdo foi ordenado bispo a 28 de outubro de 1827, pelo Bispo Capelão-Mor Dom José Caetano da Silva Coutinho, bispo do Rio de Janeiro.
Recebeu o pálio arquiepiscopal a 4 de novembro de 1827. Em 31 de janeiro de 1828 tomou posse por procuração e fez sua entrada solene na catedral de Salvador a 26 de novembro de 1828.
Foi deputado pelo Pará e pela Bahia, tendo presidido a Câmara em 1828 e 1829. Recebeu de Pedro I o título de pregador da Capela Imperial e a grande dignitária da Imperial Ordem da Rosa e de Pedro II a grã-cruz da Imperial Ordem de Cristo.
Em 1841 presidiu a solenidade de sagração de D. Pedro II, Imperador do Brasil, e dele recebeu a Grã-Cruz da Real Ordem de Cristo. Recebeu o título de Conde de Santa Cruz, por decreto imperial de 2 de dezembro de 1858. Em 14 de março de 1860 foi nomeado Marquês de Santa Cruz.
Foi sócio da Academia de Munique, do Instituto da África em Paris; do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Sociedade Real dos Antiquários do Norte e outras sociedades de ciências e letras.
Correspondeu-se com Martius e Spix após manter contato pessoal quando da viagem destes à Amazônia. Ao regressarem à Europa, os naturalistas lhe enviaram de lá o diploma de sócio da Real Academia das Ciências de Munique.
Faleceu em 29 de novembro de 1960, em Salvador.
Marcadores: Grandes Bispos Brasileiros
Verbum Domini, disponível em <http://vdomini.blogspot.com/2009/10/grandes-bispos-brasileiros-d-romualdo.html>, acesso em 13/04/2010
Verbum Domini, disponível em <http://vdomini.blogspot.com/2009/10/grandes-bispos-brasileiros-d-romualdo.html>, acesso em 13/04/2010
Marcadores:
arcebispo,
cônego,
Dom Romualdo,
Seixas
Dom Romualdo Coelho
Romualdo de Sousa Coelho
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Brasão d'Armas de Dom Romualdo Coelho
Dom Romualdo foi ordenado presbítero pelas mãos de seu bispo, Dom Frei Caetano Brandão , a 19 de fevereiro de 1785. No dia 15 de novembro de 1806, o rei Dom João VI apresenta o cônego Romualdo Coelho para ser o arcipreste do cabido do Pará.
Em 1816, quado da coroação de Dom João VI, os cônegos Raimundo Antônio Martins e Romualdo de Sousa Coelho deslocam-se até o Rio de Janeiro para cumprimentar o novo monarca em nome do clero do Pará.
Em 1818, ao falecer Dom Manuel de Almeida de Carvalho, o cônego Romualdo Coelho é eleito vigário capitular, por que já era público e notório sua futura assunção ao sólio episcopal paraense. No ano seguinte, a 22 de janeiro, seu nome é apresentado à Santa Sé, por Dom João VI, para ser o 8º bispo do Pará. Em 1820, a 29 de agosto, o Papa Pio VII confirma a indicação.
Em 1821, no dia 1º de janeiro, o arcipreste Romualdo Coelho é eleito presidente da Junta Provisória do Governo da Província do Pará.
No dia 1º de abril de 1821, no Rio de Janeiro, Romualdo Coelho é ordenado bispo, pelas mãos de Dom José Caetano da Silva Coutinho, bispo do Rio de Janeiro.
Foi o primeiro paraense e um dos primeiros brasileiros a ascender ao episcopado.
Dom Romualdo será Deputado efetivo eleito pela Comarca de Belém, no dia 10 de dezembro de 1821. Foi a Portugal e tomou assento nas “Côrtes Geraes, Extraordinárias, e Constituintes da Nação Portugueza”.
No dia 15 de agosto de 1823, depois de solene Te Deum na Catedral, Dom Romualdo proclamou a adesão do Pará ao Império do Brasil.
Faleceu em Belém em 1841, após governar a Diocese de Belém do Pará durante 20 anos, enfrentando graves problemas sociais e políticos. Está sepultado na Catedral Metropolitana de Belém.
Sucessão
Dom Romualdo Coelho é o 8º bispo do Pará, sucedeu a Dom Manuel de Almeida de Carvalho e teve como sucessor Dom José Afonso de Moraes Torres.
Bibliografia
- BAENA, Antônio Ladislau Monteiro (1782-1850). Compêndio das eras da Província do Pará. Belém: Universidade Federal do Pará, 1969. 395 p.
- Guia histórico e catálogo da Arquidiocese de Belém. Belém, 1982. 45 p.
- RAMOS, Alberto Gaudêncio. Cronologia eclesiástica do Pará. Belém: Falângola, 1985. 305 p.
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Miss Cametá 2010
Parabéns a bela jovem Bruna Pompeu, 16 anos, Miss Cametá 2010.
Salcy Lima é a vencedora do Miss Pará 2010. A candidata representava o município de São Caetano de Odivelas."É muita emoção, o sentimento é de dever cumprido. Agradeço ao apoio da minha família e da Rba que acredita no sonho de cada uma de nós", contou emocionada ao receber a coroa das mãos da Miss Brasil Larissa Costa.
Como prêmio a candidata recebeu as chaves de um Ford Ka e mais um ano de academia na Companhia Atlética. Foram sete meses de preparação árdua até chegar a grande final.
A Miss Pará fala dos novos desafios com o Miss Brasil."É uma grande responsabilidade, agora eu levo o Pará nas costas e não só um município", avaliou Salcy.
Em 2° lugar ficou a candidata de Marituba, Gabriely Rocha. Ela ganhou uma viagem para Fortaleza e mais seis meses de academia.
Viviane Lourenço, miss Barcarena, ficou com o terceiro lugar. A candidata ganhou uma viagem para São Luiz e mais seis meses de academia.
Para a relização do Miss Pará 2010 todos os departamentos do grupo RBA foram envolvidos, entre eles o departamento comercial coordenado por Miguel Barbosa."O evento é uma grande realização de várias pessoas e é abraçado por grandes empresas como Magazan, Reinatur, Fênix, Academia Ritual e Apeú Motos".
Salcy Lima é a vencedora do Miss Pará 2010. A candidata representava o município de São Caetano de Odivelas."É muita emoção, o sentimento é de dever cumprido. Agradeço ao apoio da minha família e da Rba que acredita no sonho de cada uma de nós", contou emocionada ao receber a coroa das mãos da Miss Brasil Larissa Costa.
Como prêmio a candidata recebeu as chaves de um Ford Ka e mais um ano de academia na Companhia Atlética. Foram sete meses de preparação árdua até chegar a grande final.
A Miss Pará fala dos novos desafios com o Miss Brasil."É uma grande responsabilidade, agora eu levo o Pará nas costas e não só um município", avaliou Salcy.
Em 2° lugar ficou a candidata de Marituba, Gabriely Rocha. Ela ganhou uma viagem para Fortaleza e mais seis meses de academia.
Para a relização do Miss Pará 2010 todos os departamentos do grupo RBA foram envolvidos, entre eles o departamento comercial coordenado por Miguel Barbosa."O evento é uma grande realização de várias pessoas e é abraçado por grandes empresas como Magazan, Reinatur, Fênix, Academia Ritual e Apeú Motos".
Miss Brasil. Disponível em .<http://www.missbrasil.org/?s=miss+camet%C3%A1> Acesso em 09/04/2010
Diário do Pará, Disponível em <http://www.diariodopara.com.br/N-83329-SALCY+LIMA+VENCE+O+MISS+PARA+2010.html>. Acesso em 09/04/2010
Jovens dançarinas Abaetetubenses
Folha de Abaetetuba. Disponível em <http://folhadeabaetetuba.blogspot.com/2009/04/deu-em-o-liberal-meninos-do-para-levam.html>. Acesso em 09/04/2010
Meninos do Pará levam sua cultura à Itália
A principal idéia é mostrar a cultura regional do Pará, com apresentações de canto e danças típicas do Norte brasileiro, como o carimbó, o xote bragantino, o lundu e o siriá. Os adolescentes, que pela primeira vez viajam ao país, vão ter contato com a cultura e conhecer monumentos históricos da Itália
Promenino. Disponível em <http://www.promenino.org.br/Ferramentas/DireitosdasCriancaseAdolescentes/tabid/77/ConteudoId/43d05565-61c5-4562-8fb1-79a3caefbc99/Default.aspx>. Acesso em 09/04/2010A viagem é resultado de uma parceria da Secretaria de Obras Sociais do município com a Associação L´insieme Cremona, na Itália. Este é o terceiro grupo da Pastoral do Menor que embarca para Itália, o primeiro foi em 2004 e o segundo, formado apenas por meninos, foi em 2006, com o projeto “Com a bola damos um chute na exclusão”.
A Pastoral do Menor começou suas atividades em Abaetetuba, em 1992. No início, o trabalho era meramente pedagógico, com trinta e sete meninos vendedores de sacolas na feira livre da cidade, e assim despontou como um espaço atraente e dinâmico para meninos e meninas que faziam da rua seu espaço de trabalho e lazer. Hoje as atividades estruturam-se em 11 bairros do município de Abaetetuba, incluindo a Zona Rural atendendo um total de 1.720 crianças e adolescentes.
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Erosão continua sendo o pesadelo de Cametá
Ameaça - Rio Tocantins avança cada vez mais e destrói barranco que pretege a cidade |
Evandro Flexa Jr.
Da Redação de O Liberal
O movimento das águas, fundamental para o processo de formação das pérolas nas ostras, está acabando lentamente com a cidade conhecida como a Pérola do Tocantins. O município de Cametá, localizado no Baixo Tocantins, possui mais de 120 mil habitantes e, com 374 anos, está entre as mais antigas localidades paraenses. Banhada pelo rio Tocantins, a cidade precisa do curso das águas para se desenvolver. No entanto, há mais de oito décadas, Cametá enfrenta um problema sério provocado pela maré: a erosão da sua orla. Pelo menos sete dos mais antigos casarões foram para o fundo a partir de 1920, segundo conta o historiador Haroldo Barros. Desde o período, diversas medidas foram adotadas pelo poder público, porém, os barrancos de quase sete metros continuam desabando. O Centro Municipal de Saúde, localizado na primeira rua da cidade, está há menos de dois metros de vir a baixo.
Segundo avalia o aposentado Manoel Gaia, morador de Cametá há mais de 60 anos, o problema é antigo e ninguém consegue resolver. 'Muita coisa já caiu, e apenas parte do que foi destruído foi consertado pela prefeitura, graças a verbas federais', afirma. Um grande muro de arrimo foi construído em boa parte da orla, porém, a frente da cidade é extensa e a obra precisa de continuação. 'O muro começou a ser contruído, já faz mais de 20 anos. Não entendo por que a obra não foi adiante', indaga. Segundo afirma Gaia, foram feitas vária tentativas para manter o arrimo de pé, contudo, praticamente todas vieram a baixo com a força das águas.
Manoel explica que o canal - trecho do rio em que as águas percorrem com mais intensidade - é muito próximo da orla e, com isso, a maré chega até o barranco com bastante força.
'Este canal tem 30 metros de profundidade e passa quase na beira. Quando os navios grandes enconstam no porto, a força maré pára nos cascos, porém, o restante da orla sofre', comenta. Por este motivo, todas as tentativas de construção de cais não foram adiante. 'Por enquanto, o muro de arrimo está segurando. A última revitalização aconteceu em 2002, com verba federal', destaca.
Desastres à vista, prevê morador
As águas do rio Tocantins passam por baixo das primeiras ruas da cidade. Pelo menos é o que afirma João Batista Redig, aposentado e morador de Cametá há 73 anos. 'A força das águas perfurou alguns trechos dos barrancos, ou seja, o rio está adentrando a cidade pelo fundo, através destes canais. Certa vez jogaram óleo no poço da prefeitura, que fica no centro da cidade, e a orla ficou completamente suja', conta. João conta ainda que tudo que foi construído ao longo dos últimos 20 anos pode desabar a qualquer momento.
'Teria que começar um projeto novo, e levar o arrimo até a praia da Aldeia. Se demorar muito, novos desatres podem acontecer. A clínica municipal está muito perto de desabar', avalia.
Segundo conta o historiador Haroldo Barros, pelo menos cinco barcos foram afundados na frente da cidade para conter a maré. 'O primeiro deles foi o navio Perseverança, em 1940. Depois, em 1980, a embarcação Taubaté também afundou. Na década de 90, dois outros navios também passaram pelo mesmo processo: Leandeteau, Poraquê. O último foi em 2001, um barco chamado Roraima', conta. Conforme afirma o historiador, o naufrágio das embarcações tinha como intuito levar o canal para mais distante da orla. Haroldo destaca ainda que o rio Tocantins chegou a ter 20 metros de profundidade, porém, em 2001 estava com apenas 16 metros.
Para Mauro de Melo Valente, secretário de Obras de Cametá, a prefeitura não tem recursos para atuar sozinha em busca da solução. 'O governo do estado tem projetos, no entanto, até agora ficou só no discurso', afirma. Mauro lembra que o deputado federal Gerson Perez (PP/PA) pleiteou R$ 1 milhão para dar continuidade à obra - porém, o valor foi muito abaixo do custo real do projeto, orçado em R$ 3,7 milhões. 'O projeto já está pronto, e foi feito pela empresa Paulo Brígida Engenharia. Falta o governo cumprir com a promessa, feita desde 2008, para que a obra possa sair do papel', ressalta Valente. (E. F.)
Marcadores:
Erosão,
navio velho
Erosão e o Patrimônio Histórico
A erosão provocada pela maré do Rio Tocantins pode destruir parte do patrimônio histórico da cidade de Cametá (PA), que foi fundada no século XVII e elevada ao status de cidade em 1848, e, em especial, suas igrejas.
“Se nada for feito para conter a força das águas, a cidade pode perder parte de sua história e toda sua orla”, afirma Antônio Cícero, de Belém (PA), que registrou o risco corrido pelos imóveis à beira do rio.
De acordo com Denivaldo Pinheiro, diretor da Secretaria de Integração Regional do governo paraense, a reforma da orla de Cametá foi dividida em três partes, em razão da dificuldade de se obter o financiamento completo para as obras.
A primeira parte da margem, que inclui a igreja Nossa Senhora de Nazaré, será reformada a partir de maio deste ano, prazo para encerramento do processo licitatório, segundo Denivaldo. Não há previsão de encerramento da obra, que será feita por meio de convênio entre a estatal Eletronorte e a Secretaria de Integração Regional.
A segunda parte, da qual a igreja São João Batista faz parte, não tem previsão de início, pois o orçamento ainda está em fase de aprovação em Brasília, já que a parceria para as obras será realizada entre a secretaria estadual de Desenvolvimento Urbano e Regional e o Ministério da Integração Nacional.
Os responsáveis pela terceira parte da orla ainda estão indefinidos. Ainda há a previsão de construção de um porto fluvial em Cametá, mas os estudos de cessão de terrenos por parte da prefeitura e a desapropriação de áreas particulares, incluindo um clube da cidade, atrasam o início das obras.
A prefeitura e o Ministério da Integração Nacional também negociam a implantação de muros de arrimo, necessários para sustentação das obras em torno da margem.
Defender. Disponível em <http://www.defender.org.br/cametapa-erosao-em-orla-de-rio-pode-destruir-igrejas-no-pa/>. Acesso em: 07 abr 2010.
Defender. Disponível em <http://www.defender.org.br/cametapa-erosao-em-orla-de-rio-pode-destruir-igrejas-no-pa/>
Marcadores:
Erosão,
patrimônio histórico
sexta-feira, 2 de abril de 2010
Assinar:
Postagens (Atom)