Os castanhais ribeirinhos, são deliciosos elementos
da paisagem para serem contemplados do Rio Tocantins. É espetacular o
valor das castanheiras no turismo ecológico, principalmente por serem árvores
que são ou poderão ser milenares, pela sua beleza, pela sua grandiosidade
e pelo valor alimentício de seus frutos.
Nas viagens fluviais
para o lado norte de Cametá, é pitoresca a paisagem dos imponentes e
exuberantes castanhais, nesse trecho entre o Igarapé Curimã e Cametá-Tapera,
mais precisamente nas proximidades do Curimã, em Tajaú e próximo da
Enseada.
Esses castanhais, com o
passar do tempo vem perdendo sua abundância e com isso vai definhando sua
beleza e rareando a sua sobrevivência nesse ainda maravilhoso espaço verde.
Os castanhais ribeirinhos, que tanto fascinam com
sua paisagem as margens do Tocantins, ainda subsistem em alguns outros lugares
cametaoaras, tais como, Aripijó, Moiraba e Merajuba. Será que os
Castanhais Ribeirinhos Cametaenses terão o mesmo fim trágico pelo qual foi
lamentavelmente submetido o histórico, harmonioso e vigoroso castanhal urbano
cametaense, ocupado por populares?
O discurso político de
que, os seres humanos têm mais direito a sobrevivência que uma árvore é falso e
tendencioso. Tem o único objetivo de escamotear a atenção e a sensibilidade
popular que acaba não conseguindo entender que sem árvores a sobrevivência e a
qualidade de vida humanas ficam gravemente menorizadas ou molestadas.
O castanhal apropriado,
ainda era jovem, mas já produtivo, foi um dos poucos castanhais plantados em
colunas com técnicas de espaçamento e demais cuidados, para facilitar o
deslocamento de pessoas entre as árvores e a colheita da gostosa castanha do
pará. Cametá perdeu a oportunidade única de exibir orgulhosamente, em futuro
próximo, para seus descendentes, para o Brasil e para o mundo, um Parque
Ambiental em plena zona urbana, com predominância de majestosas castanheiras,
que devido estarem próximas cerca de 120 metros da orla e sua magistral altura,
ainda podem encantar e admirar muitos olhares ao serem contempladas do Rio
Tocantins.
O castanhal foi ocupado
por 1734 pessoas, residentes em 397 domicílios, segundo informações prestadas
pelo Sr. Itamar Wanzeler, da Agência do IBGE de Cametá (senso IBGE 2010). O castanhal pertence ao Ministério da Agricultura, possui uma área de 103
ha, 73a e 69,96 ca em um perímetro de 5.295,711m, segundo levantamento
topográfico do engenheiro agrônomo, Antonio Augusto Alves de Jesus, de Out
1995 (Ver trecho de planta acima), informado pela engenheira de pesca Ionete Castro (CEPLAC, Agência Cametá, 2015). Suas
dimensões são as seguintes:
Pelo lado: 1,2: coordenada 06°44’35’’- 461,058m (Inácio Moura);
Pelo lado: 2,3: coordenada 314°35’50’’- 138,129m;
Pelo lado: 3,4: coordenada 222°22’27’’- 37,398m;
Pelo lado: 4,5: coordenada 302°22’24’’- 509, 607m (M. Pombal);
Pelo lado: 5,6: coordenada 250°24’36’’- 316, 077m;
Pelo lado: 6,7: coordenada 286°39’18’’- 1207, 655m;
Pelo lado: 7,8: coordenada 196°59’13’’- 452,242m (Antigo Stand)
Pelo lado: 8,1 coordenada 106°14'22''-2173,45m (AABB)
O castanhal, com uma
frente maior que 460 metros, pela Av. Inácio Moura, estende-se, em linhas
irregulares, até o antigo Stand de Tiro do Tiro-de-Guerra de Cametá, em uma
profundidade superior a 2 km. Esse Stande também foi ocupado. Será que houve o
mínimo de sensibilidade e vontade política, ação jurídica ou vontade popular
relevante que tenham gerado frutos em favor da salvação das castanheiras mais
próximas da Orla de Cametá?
Sabe-se que ainda
persistem castanheiras pelo meio das ruas e casas construídas após a invasão do
castanhal, por ordem judicial ou determinação do IBAMA, mas porque não foram
tomadas as medidas preventivas ou repressivas em tempo hábil? Pois seriam bem
menos traumáticas! Vão demolir as centenas de casas e expulsar centenas de
famílias já instaladas no castanhal agora? Será que essas medidas salvarão as
castanheiras? Conseguirão remanejar sem violência e sem prejuízos materiais e
morais todo esse povo carente de moradias para outro lugar?
Acho que esse episódio
lamentável da ocupação do Castanhal Urbano de Cametá servirá apenas para uma
séria reflexão em defesa dos castanhais que ainda existem no município, em
particular os castanhais ribeirinhos das adjacências do Porto Cametaense que
tanto embelezam essas margens do Tocantins e ajudarão, junto com as praias na
preservação de espaços maiores para o porto do estar por vir, o porto da
esperança.
Fonte:
O Porto de Cametá no espaço de circulação, deste autor, a ser publicado pelo Editora Lendoas.
O Porto de Cametá no espaço de circulação, deste autor, a ser publicado pelo Editora Lendoas.
Agência do IBGE de Cametá, senso IBGE 2010.
CEPLAC, Agência
Cametá, 2015.
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