Brasão da Diocese de Cametá |
Portugal ganha a guerra diplomática
contra o Tratado de Tordesilhas e começa a luta pela conquista da Amazônia.
Segundo Reis (1982)... a Amazônia
portuguesa reduzia-se ao que é hoje a Região Bragantina. Evidentemente, para
Portugal era muito pouco. Entretanto, embora cabendo á Espanha as primeiras
façanhas descobridoras não foram os espanhóis que se atiraram à obra inicial da
exploração da Amazônia e sim os holandeses, ingleses e franceses com objetivos
mercantis e coloniais.
Neste contexto inclui-se Cametá nas
especulações geopolíticas e geoestratégicas dos Governos e Exércitos Francês,
Português e Cabano ao longo do tempo histórico.
As primeiras investidas militares
começam com Daniel de La Tuche, em 1613, quando no comando do Exército Francês-Tupinambá
composto de 1120 Tupinambás, e 80 soldados investiram contra as tribos
guerreiras do Tocantins das Aldeias dos Pacayás e Parissós, (hoje Pacajás e
Parijós) quando chacinaram 60 ìndios.
Nossos nativos eram “... tão dextros ao
manejo das flexas que atirando-as ao ar vinham cair na galcota, onde estavam os
nossos soldados e nas canoas dos índios Tupinambás, ferindo muitos(D’Evereaux,
apud Hurley, 1936:16).
Frustou-se a tentativa de Daniel de La
Touche, governador do maranhão, de hastear a bandeira da França nas aldeias dos
Camutás. Os franceses foram expulsos do maranham por Alexandre de Moura e
Gerônimo de Albuquerque.
A
FORÇA GEOPOLÍTICA DA IGREJA CATÓLICA
O uso geopolítico e geoestratégico de
Cametá continua com a Igreja e o governo luso. A partir de 1620 os Índios
Camutás já “pacificados” pela catequese e já pertencentes ao “Exército Divino”,
podem também pertencer ao Exército Luso.
Nossos nativos Camutás, conhecidos como
hábeis remadores, exímios flexeiros e caçadores, despertaram os interesses
extratégicos de Portugal “Não foi fácil a pacificação dos Índios Camutás.
Durante três anos o Frei Cristovão de São José, dedicou-se com sua bondade,
humildade e fé em Deus, expondo a sua vida dentro do mato à procura de almas
transviadas para trazê-las e torná-las felizes dentro do comportamento
cristão”. (Tamer 1987;10)
A missão pacificadora da Igreja não
deixa de ter valor geopolítico para os portugueses na conquista da Amazônia.
Hurley assim descreve essa missão: “Chegam enfim, a 22 de julho de 1617, os
verdadeiros colonizadores, os soldados de Cristo, os sacerdotes da paz e da
ordem:...” (Hurley, 1936:20)
ASSIM
COMEÇA A FORMAÇÃO HISTÓRICA DA PRELAZIA DE CAMETÁ
Cartaz da elevação à Diocese |
Os verdadeiros colonizadores , os
soldados de Cristo, os sacerdotes da paz e da ordem aos quais Hurley se referiu
foram os “religiosos Franciscanos da Província de Santo Antônio de Portugal
(capuchos de Santo Antônio) em Camutá, no Rio Tocantins inicia-se no ano de
1617, com a chegada de Frei Cristóvão de São José, Frei Filipe de São Boaventura,
Frei Antônio de Merciana e Frei Sebastião do Rosário (Ramos, Alberto. Cronologia eclesiástica
do Pará. [S.l.]: Falângola, 1985. 305 p.)
Neste simples contexto histórico
geopolítico e geoestratécico, percebe-se a forte presença da Igreja Católica no
espírito Camutá, desde a primeira incursão lusitana em nossa atual Microrregião
de Cametá acompanhada dos quatro freis Católicos Franciscanos descritos acima
por Dom Alberto Ramos.
Frei Cristovão de São José, foi o
primeiro sacerdote a realizar o trabalho de catequese em terras Camutás, atualmente conhecida por Cametá-Tapera.
A Geografia do ontem e do hoje de um
lugar pode ser entendida e interpretada também e principalmente pela leitura
das rugosidades físicas e pela nomeação ao longo do tempo de seus espaços
sociais.
Como exemplo, vejamos a designação de duas
de nossas atuais primeiras ruas cametaenses, já que a primeira Vila Viçosa e as
primeiríssimas ruas camutás já foram tragadas pela erosão. Hoje temos a Rua São
João Batista e Rua Frei Cristovão de Lisboa. A primeira em homenagem ao Santo Padroeiro
do Município e a segunda perpetuando a memória de Frei Cristovão, fundador da
Aldeia de Santa Cruz dos Camutás, em 1625, promovida em 1635 a Vila Viçosa de
Santa Cruz dos Camutás, com a criação da Capitania de Feliciano Coelho.
A lenta formação da Prelazia de Cametá,
entre 1617 a 1952, foi uma caminhada histórica de 335 anos, Salomão Laredo, em
seu livro Terra dos Romualdos, país dos maparás, expõe com minúcias de
detalhes, uma cronologia deste relevante período histórico e avança até a sua elevação pelo Santo
Padre, Papa Bento XVI a Diocese, em 06 de Fevereiro de 2013.
BREVE PERSPECTIVA DA NOVA DIOCESE DE
CAMETÁ
A mudança caracteriza um novo estágio da
Igreja no Baixo Tocantins. Para o primeiro Bispo da Diocese,
Bento XVI e Cizaurre |
Dom Jesús María Cizaurre Berdonces, seu primeiro
bispo diocesano, nasceu há 61 anos em Valtierra (Navarra, Espanha). Cursou seus
estudos em San Sebastián (País Vasco) e Granada (Andaluzia). Professou como
agostiniano recoleto em 1972 e já está no Brasil desde 1977.
O Santo padroeiro da Diocese é S. João
Batista. Sua área territorial tem uma extensão de 50.648 km2 para
uma população
de 400.000 pessoas. Suas 19 paróquias são:
Camiseta comemorativa - Mocajuba |
Baião - Paróquia São Antônio de Pádua.
Breu Branco - Paróquia de São Sebastião.
Breu Branco - Paróquia de São Sebastião.
Cametá- Paróquia de São João Batista.
Cametá - Paróquia de São Benedito das Rosas.
Cametá - Paróquia N. Sra. do Carmo (São
Benedito) - Carapajó
Cametá - Paróquia de Santa Maria de Cametá
Igarapé-Miri - Paróquia de N. Sra. Sant'Ana.
Limoeiro do Ajuru- Paróquia N. Sra. Imaculada
Conceição.
Mocajuba - Paróquia N. Sra. da Conceição
Mocajuba - Paróquia N. Sra. de Nazaré - Vila de
Areião.
Mocajuba - Paróquia N. Sra. do Carmo - Vila do
Carmo.
Novo Repartimento- Paróquia São Francisco de
Assis.
Oeiras do Pará- Paróquia N. Sra. da Assunção.
Pacajá- Paróquia Cristo Rei.
Pacajá - Paróquia São José de Maracajá.
Tucuruí- Paróquia de São José.
Tucuruí - Paróquia Sagrado Coração de Jesus.
Tucuruí - Paróquia Santa Rita de Cássia.
Tucuruí - Paróquia Menino Jesus.
Fontes:
Foto Criação
http://minutoaminutocomsantarita.blogspot.com.br/2013/04/elevacao-da-prelazia-agostiniana.html
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