quarta-feira, 24 de junho de 2015

Mestre Zenóbio, o rei da Bicharada



Mestre Zenóbio
 O Diário do Pará, de 21 Jun 2015, com o título "O rei da bicharada", destaca as fantasias da Fauna Amozônica, no meio de uma fauna fictícia, em exposição na residência do artesão, Mestre Zenóbio, iniciada no projeto cultural Circular Campina Grande Cidade Velha.
 
A mais nova manifestação folclórica, cultural carnavalesca e do artesanato cametaense. Impressiona pela perfeição nos gestos e aparência dos animais, principalmente da Fauna Amazônica, confeccionados artesanalmente pelo Mestre Zenóbio e seu grupo, hoje residentes em Belém, na Cidade Velha, que passa a ser um    pólo avançado da cultura Cametaoara.

Entre os animais já incluídos no bloco e/ou como peças de exposição temos coruja, galo, tucano, araras azul e vermelha, borboletas, leão, tigre, macaco, jacaré, coelho, sapo, morcego, bem-te-vi, papagaio, urubu  e alguns peixes, tais como: mapará e tucunaré que foram criados para chamar a atenção da sociedade para o amor aos animais e a preservação ambiental.


Abaixo apresentamos algumas fotos da recente exposição do Mestre Zenóbio, gratuíta ao público em sua residência, na qual esse autor teve o prazer de ver e fotografar. 

O Mestre Zenóbio promete repetir no mês de Julho esta exposição no seu torrão natal, Rio Furtados, para incentivar a conclusão da Igreja de Nossa Senhora das Graças, já em construção.


 ARTESANATO DE AUTORIA DO MESTRE ZENÓBIO

FANTASIAS DO BLOCO BICHARADA 


Arara azul

Morcego

Bentivi

Arara vermelha

Tucano do peito branco

Papagaio


Sapo




                                  ANIMAIS ARTESANAIS EM MINIATURA

Tucanos e papagaio


Urubu e papagaios



Papagaio e Mucura

Tucunaré, Urubu, Papagaios, Tucanos do peito branco, Papagaios
Curuja
Garça

Tucunaré 





terça-feira, 23 de junho de 2015

A EXUBERÂNCIA DOS CASTANHAIS RIBEIRINHOS E O RISCO DE EXTINÇÃO.



Os castanhais ribeirinhos, são deliciosos elementos da paisagem para serem contemplados do Rio Tocantins. É  espetacular o valor das castanheiras no turismo ecológico, principalmente por serem árvores que são ou poderão ser milenares, pela sua beleza,  pela sua grandiosidade e pelo valor alimentício de seus frutos.

Nas viagens fluviais para o lado norte de Cametá, é pitoresca a paisagem dos imponentes e exuberantes castanhais, nesse trecho entre o Igarapé Curimã e Cametá-Tapera, mais precisamente nas proximidades do Curimã, em Tajaú  e próximo da Enseada.

Esses castanhais, com o passar do tempo vem perdendo sua abundância e com isso vai definhando sua beleza e rareando a sua sobrevivência nesse ainda maravilhoso espaço verde.

Os castanhais ribeirinhos, que tanto fascinam com sua paisagem as margens do Tocantins, ainda subsistem em alguns outros lugares cametaoaras, tais como, Aripijó, Moiraba e Merajuba.  Será que os Castanhais Ribeirinhos Cametaenses terão o mesmo fim trágico pelo qual foi lamentavelmente submetido o histórico, harmonioso e vigoroso castanhal urbano cametaense, ocupado por populares?

O discurso político de que, os seres humanos têm mais direito a sobrevivência que uma árvore é falso e tendencioso. Tem o único objetivo de escamotear a atenção e a sensibilidade popular que acaba não conseguindo entender que sem árvores a sobrevivência e a qualidade de vida humanas ficam gravemente menorizadas ou molestadas. 

O castanhal apropriado, ainda era jovem, mas já produtivo, foi um dos poucos castanhais plantados em colunas com técnicas de espaçamento e demais cuidados, para facilitar o deslocamento de pessoas entre as árvores e a colheita da gostosa castanha do pará. Cametá perdeu a oportunidade única de exibir orgulhosamente, em futuro próximo, para seus descendentes, para o Brasil e para o mundo, um Parque Ambiental em plena zona urbana, com predominância de majestosas castanheiras, que devido estarem próximas cerca de 120 metros da orla e sua magistral altura, ainda podem encantar e admirar muitos olhares ao serem contempladas do Rio Tocantins.

O castanhal foi ocupado por 1734 pessoas, residentes em 397 domicílios, segundo informações prestadas pelo Sr. Itamar Wanzeler, da Agência do IBGE de Cametá (senso IBGE 2010). O castanhal pertence ao Ministério da Agricultura, possui uma área de 103 ha, 73a e 69,96 ca em um perímetro de 5.295,711m, segundo levantamento topográfico do engenheiro agrônomo, Antonio Augusto Alves de Jesus, de Out 1995 (Ver trecho de planta acima), informado pela  engenheira de pesca Ionete Castro (CEPLAC, Agência Cametá, 2015). Suas dimensões são as seguintes:

          Pelo lado: 1,2: coordenada 06°44’35’’- 461,058m (Inácio Moura);
          Pelo lado: 2,3: coordenada 314°35’50’’- 138,129m;
          Pelo lado: 3,4: coordenada 222°22’27’’- 37,398m;
          Pelo lado: 4,5: coordenada 302°22’24’’- 509, 607m (M.  Pombal);
          Pelo lado: 5,6: coordenada 250°24’36’’- 316, 077m;
          Pelo lado: 6,7: coordenada 286°39’18’’- 1207, 655m;
          Pelo lado: 7,8: coordenada 196°59’13’’- 452,242m (Antigo Stand)
          Pelo lado: 8,1 coordenada  106°14'22''-2173,45m (AABB) 

O castanhal, com uma frente maior que 460 metros, pela Av. Inácio Moura,  estende-se, em linhas irregulares, até o antigo Stand de Tiro do Tiro-de-Guerra de Cametá, em uma profundidade superior a 2 km. Esse Stande também foi ocupado. Será que houve o mínimo de sensibilidade e vontade política, ação jurídica ou vontade popular relevante que tenham gerado frutos em favor da salvação das castanheiras mais próximas da Orla de Cametá?

Sabe-se que ainda persistem castanheiras pelo meio das ruas e casas construídas após a invasão do castanhal, por ordem judicial ou determinação do IBAMA, mas porque não foram tomadas as medidas preventivas ou repressivas em tempo hábil? Pois seriam bem menos traumáticas! Vão demolir as centenas de casas e expulsar centenas de famílias já instaladas no castanhal agora? Será que essas medidas salvarão as castanheiras? Conseguirão remanejar sem violência e sem prejuízos materiais e morais todo esse povo carente de moradias para outro lugar?

Acho que esse episódio lamentável da ocupação do Castanhal Urbano de Cametá servirá apenas para uma séria reflexão em defesa dos castanhais que ainda existem no município, em particular os castanhais ribeirinhos das adjacências do Porto Cametaense que tanto embelezam essas margens do Tocantins e ajudarão, junto com as praias na preservação de espaços maiores para o porto do estar por vir, o porto da esperança.


 Fonte:     
O Porto de Cametá no espaço de circulação, deste autor, a ser publicado  pelo Editora Lendoas.
Agência do IBGE de Cametá, senso IBGE 2010.
                      CEPLAC, Agência Cametá, 2015.